Estima-se que aproximadamente 10% da produção mundial de grãos é perdida anualmente. No Brasil, devida rusticidade das instalações armazenadoras, esses prejuízos estão ao redor de 20%. Essas perdas são expressivas, considerando que ocorrem depois da incidência dos maiores índices do custo de produção nos grãos. Além das perdas quantitativas, poderão ocorrer problemas relacionados com a qualidade e a inocuidade dos grãos: presença de insetos e/ou fragmentos, resíduos de agrotóxicos, desenvolvimento de fungos e a conseqüente produção de micotoxinas.
As perdas na armazenagem decorrem, em geral, da insuficiência estrutural ou inadequação da rede de armazenagem, bem como do baixo nível de qualificação da mão-de-obra que opera os secadores, as câmaras de expurgo, os aeradores e outros equipamentos de recepção, movimentação e conservação dos produtos nas unidades armazenadoras. Os grãos devem ser armazenados em ambientes apropriados para manutenção de sua qualidade. A qualidade dos grãos depende da espécie e da variedade, condições ambientais na lavoura, época e método de colheita, processo de secagem e práticas de armazenamento. São de interesse da engenharia as características intrínsecas dos grãos, as condições da colheita, limpeza, processo de secagem e prática de armazenamento.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o processo de armazenagem de grãos de arroz em uma propriedade rural localizada na comunidade de Vila Arlindo no município de Venâncio Aires. Especificamente visou-se verificar a forma de armazenagem do produto e as condições dos equipamentos, sugerindo melhorias para os problemas de ordem de armazenagem. Realizou-se uma visita técnica para o reconhecimento da propriedade, conjuntamente com registros fotográficos e aplicação de questionário ao proprietário visando o recolhimento de dados. A armazenagem de grãos é um processo complexo que envolve diversas variáveis que devem ser controladas para que a esta ocorra com sucesso e acabe por proporcional maior lucratividade aos seus usuários.
O conhecimento técnico deve ser empregado para maximizar os benefícios possíveis nas diversas operações de armazenamento, não confiando apenas em situações empíricas.
É Eng. Agrícola e mestre em Eng. Agrícola. Atualmente é doutorando em Eng. Agrícola do Programa de Pós-Graduação em Eng. Agrícola da Universidade Federal de Santa Maria e membro do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas.
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