Resistência específica operacional em uma operação de escarificação


Na década de 80, em busca de maiores produtividades, os produtores brasileiros começaram a utilizar o sistema de semeadura direta (SSD). Tal técnica foi um marco histórico, pois diminuiu sensivelmente a erosão do solo, reduziu a utilização do preparo de solo com arados e grades e, consequentemente, diminuindo o gasto energético com as operações agrícolas. Porém neste sistema, pela reduzida mobilização do solo, existindo apenas mobilização superficial nas operações de semeadura e plantio, e pela pressão exercida pelos rodados das máquinas e implementos cultivo após cultivo, ocorre a compactação do solo em sub-superfície. De acordo com Raper et al. (2000), esta é a principal queixa do SSD pelos produtores, os quais afirmam que o sistema não é sustentável devido aos efeitos nocivos da compactação do solo sobre as plantas.

Os problemas que a compactação gera não são restritos a ação do sistema radicular das plantas, eles também têm grande influência sobre o desempenho de máquinas e implementos. Para Drescher et al. (2011), esta restrição nas áreas agrícolas pode interferir diretamente no desempenho de máquinas e implementos agrícolas, promovendo uma ampliação na demanda de potência para tração. Como alternativa para mitigar este problema, a escarificação tem sido um dos manejos mais utilizados, pois rompe a camada compactada sem revolver excessivamente o solo e promove uma mínima incorporação da palhada.

Embora seja recorrente o estudo da demanda energética de implementos de preparo do solo e seus órgãos ativos, são escassas as informações e estudos que relacionam estas variáveis com a mobilização do solo, compondo a resistência específica operacional, bem como a influência do disco de corte quando utilizado em escarificadores.

O objetivo principal deste trabalho foi determinar a resistência específica operacional de um escarificador, composto por uma haste escarificadora de perfil parabólico e uma ponteira estreita, em três velocidades de deslocamento, a fim de diagnosticar qual condição se aproxima da melhor relação entre força de tração e mobilização de solo.


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Sobre Francetto

É Eng. Agrícola e mestre em Eng. Agrícola. Atualmente é doutorando em Eng. Agrícola do Programa de Pós-Graduação em Eng. Agrícola da Universidade Federal de Santa Maria e membro do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas.
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